Mais de 1,4 milhão de hectares de eucalipto em MS é o desafio para serem preservados diante dos incêndios

MaAlém do Pantanal, outras enormes áreas de vegetação de Mato Grosso do Sul correm perigo.

Noticias gazetanews em 25 de agosto, 2024 09h08m

MaAlém do Pantanal, outras enormes áreas de vegetação de Mato Grosso do Sul correm perigo. O Estado tem o desafio de prevenir que o fogo, que já destruiu 1,6 milhão de hectares do seu território, atinja também florestas plantadas de eucaliptos, pinos e seringueiras.

Na primeira semana de agosto, um incêndio queimou 20 hectares de uma plantação de eucaliptos em fazenda localizada às margens da BR-262, bem próxima da região urbana de Campo Grande, na saída para Três Lagoas. 

No Estado, existem 1,4 milhão de hectares dessas árvores que, diferente das árvores nativas, são cultivadas para fins comerciais.

Só no caso do eucalipto, dos 79 municípios do Estado, 72 cultivam esse tipo de árvore. Áreas da costa leste de Mato Grosso do Sul têm a maioria dessas florestas, principalmente as cidades de Ribas do Rio Pardo, Três Lagoas e Água Clara.

Importância das florestas plantadas

É dessas plantações que o Estado produz celulose, o produto florestal mais exportado por Mato Grosso do Sul no primeiro semestre de 2024.

Ou seja, a celulose obteve o maior faturamento entre todos os produtos vendidos pelo agronegócio sul-mato-grossense nesse período, representando US$ 1,059 bilhão em exportações.

Além disso, existem diversos benefícios ambientais. Essas árvores promovem melhor aproveitamento de solos ocupados pela pecuária e, o acúmulo de carbono na madeira, é um fator muito importante na compensação de gases de efeito estufa.

É o que explica o consultor técnico do Senar/MS (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural de Mato Grosso do Sul), Clovis Tolentino.

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Segundo o consultor, esse carbono contribui de forma relevante no objetivo que Mato Grosso do Sul tem de se tornar um estado carbono neutro, ou seja, que neutraliza suas emissões de CO₂, o dióxido de carbono.

“O cultivo de florestas plantadas ainda permite a redução do risco de erosão do solo, pois como são cultivos de longa duração, não há revolvimento da terra, como ocorre em um solo sem cobertura”, amplia o consultor.

“A presença de raízes e folhas aumentam o teor de matéria orgânica na superfície, o que facilita a infiltração de água”, explica.

Além disso, os galhos e as folhas das copas das árvores também reduzem os impactos das gotas de chuva, reduzindo a velocidade com que a chuva atinge o solo, o que também facilita a infiltração da água no solo. Além de contribuir com a umidade do solo, as sobras geradas pelas árvores também proporcionam benefícios. 

Matéria publicada Jornal Midiamax. 

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