
O senador Nelsinho Trad (PSD/MS), presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, foi muito elogiado por colegas de vários partidos por levar adiante a ideia de instituir missão oficial do Congresso Nacional para dialogar com congressistas dos Estados Unidos, em busca de soluções para a chamada “crise do tarifaço”. Ontem [terça-feira, 15], a comissão aprovou por unanimidade um requerimento no qual o sul-mato-grossense propõe a criação de um grupo de parlamentares brasileiros para abrir entendimentos com os colegas norte-americanos.
A crise – instalada quando o presidente republicano Donald Trump anunciou taxar em 50% os produtos brasileiros exportados aos EUA – tornou-se um histórico desafio para a diplomacia brasileira, envolvendo a presidência da República, a Câmara dos Deputados e o Senado. Porém, com serenidade, Nelsinho Trad vislumbrou o caminho capaz de facilitar o diálogo. E assim propôs a comissão.
A senadora Tereza Cristina (PP-MS), ao elogiar a iniciativa, disse que a Lei da Reciprocidade Econômica, da qual foi a relatora, deve ser utilizada apenas como último recurso. “A gente tem é que persistir no diálogo. É hora de união e o Senado cumpre um papel fundamental como articulador e defensor da nossa soberania”, argumentou.
INTERLOCUÇÃO
Por sua vez, o senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS) viu um sinal favorável ao avanço do entendimento. E reforçou a importância da interlocução parlamentar. “Vamos à nossa diplomacia. Nós aqui do Parlamento podemos ter contato com a Comissão de Relações Exteriores do Senado norte-americano e abrir um canal de diálogo”. Mourão foi taxativo: “Não aceito que o Trump venha meter os pés num caso aqui que é nosso, interno”.
O senador Wellington Fagundes (PL-MT) também aplaudiu a articulação da CRE. “Extremamente importante, inclusive a propositura desta missão para nós, parlamentares, dialogarmos com os nossos pares norte-americanos”, enfatizou. Para Nelsinho, a comissão é uma resposta institucional do Senado para proteger o agronegócio, os empregos e a economia brasileira. “Como presidente da CRE, entendo que o caminho é o entendimento, não o confronto. O Brasil precisa agir com inteira responsabilidade, com firmeza”, recomendou. A missão deve ocorrer ainda este mês, com apoio da Confederação Nacional da Indústria (CNI).
O diretor da CNI, Mário Sérgio Carraro Telles, expressou o que a classe empresarial pensa, ao procurar os senadores em busca de uma saída. “A taxação de 50% inviabiliza projetos em curso, afeta empregos e desorganiza setores como o automotivo, o aeroespacial, o metalúrgico e o de máquinas e equipamentos”. Segundo ele, a defesa da previsibilidade feita pelo senador Nelsinho Trad foi “cirúrgica”.
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