Kassab afirma que PSD não faz parte do "Centrão"

Além do comando da Fundação Nacional da Saúde (Funasa), o PSD tem mais um cargo na administração do presiden

Política gazetacrnews em 13 de junho, 2020 08h06m
Deputado Fábio Trad, parlamentar independente e crítico do atual governo.
Deputado Fábio Trad, parlamentar independente e crítico do atual governo.

Além do comando da Fundação Nacional da Saúde (Funasa), o PSD tem mais um cargo na administração do presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido). O deputado Fábio Faria deve assumir o Ministério das Comunicações, que será recriado pelo governo federal. Colega de bancada do parlamentar, o representante por Mato Grosso do Sul Fábio Trad (PSD) afirmou que apenas oito dos 36 integrantes da bancada são independentes, e os demais compõem o Centrão – grupo que reúne apoiadores de Bolsonaro em troca de cargos na União.  

Crítico a atual administração, Trad afirma que o presidente nacional do partido, Gilberto Kassab, continua negando que a sigla faça parte do Centrão, mas que os filiados são livres. "O presidente Kassab nega, embora ele tenha negado o fato é que alguns cargos foram entregues para o PSD. No caso, Fábio Farias disse que é escolha pessoal. Acredito que o presidente avaliou as qualidades como deputado federal", disse.  

Em live na noite de quinta-feira (11) Bolsonaro afirmou que a escolha deve melhorar a comunicação do governo. “O Faria foi nomeado e pode optar por receber salário como deputado ou abrir mão como ministro. Não tem aumento de custo nenhum. A Secom [Secretaria Especial de Comunicação Social] vem pra cá, a EBC [Empresa Brasil de Comunicação] vai para lá. Vamos tentar melhorar a comunicação do governo”, justificou Bolsonaro.  

Fábio Trad disse que mesmos sendo minoria na bancada não está sozinho e ainda defendeu que alguns integrantes do Centrão não são bolsonaristas. "Tem alguns que são contra aceitar cargo, tem os da bancada da Bahia, eu e um de Rondônia, são oito dos 36. Quando uns dos membros do partido colocaram no grupo dizendo que ele [Fabio Faria] seria escolhido, foram mais de 20 emogis de surpresa. Eu tomei a liberdade de mandar mensagem parabenizando, privada, mas continuaria com o tom crítico", disse.

Publicidade

Em seu perfil no Twitter o deputado aconselhou o postulante a novo ministro a mudar a postura do presidente. "Primeira missão do Fábio Farias como Ministro das Comunicações: fazer um PRESIDENTE DA REPÚBLICA falar nas lives de quinta à noite. Força, Fábio!", publicou.

O parlamentar disse ao Correio do Estado que não acredita no governo Bolsonaro porque segundo ele "nega a ciência, nega os fatos e a democracia". "Fábio Faria mencionou que não se trata de questão ideológica, mas pode conta da ligação dele com o SBT. É uma minoria que é independente, mas os outros não significa que sejam bolsonaristas, o do Pará é bolsonarista até mais que o próprio Bolsonaro, mas alguns são indiferentes", ressaltou lembrando o colega é genro do empresário e apresentador Sílvio Santos, dono do SBT.

Trad disse ainda que não está tendo pressão dentro da  sigla nas votações de projetos do governo e todos são livres para de posicionar. "Através do sistema Zoom coloca os deputados online, cada um coloca sua opinião e pelo conteúdo da proposta vota. Se eu voto para rejeitar e a maioria vota para aprovar não fecha a questão, quem perde tem direito de votar contra".

O senador Nelson Trad, presidente do PSD em Mato Grosso do Sul, destacou que no Senado Federal não tem  influência sobre o Centrão. "O que eu digo para você, se fizer uma retrospectiva, o Senado nunca esteve incluindo. Sempre preteriu o Senado, essa é mais uma articulação com a Câmara e na cota pessoal dele. Ligação que tem com o Sílvio Santos. Como não veio nada que carimbe o Senado, estamos indiferentes", ressaltou. 

Publicidade

Comentários

Notícias relacionadas