Advogados alegam que gravação usada na prisão de Delcídio é 'armadilha'. Segundo investigações, senador ofereceu fuga a ex-diretor da Petrobras.
Camila BomfimDa TV Globo, em Brasília
Brasília - Os advogados do senador Delcidio do Amaral (PT-MS) entregaram nesta terça-feira (2) a defesa do parlamentar ao STF. A defesa pede a anulação da gravação feita por Bernardo Cerveró, filho de Nestor Cerveró , em que Delcidio é flagrado numa suposta tentativa de impedir a delação premiada do ex-diretor da Petrobras. Os advogados alegam que a prova é fruto de uma "armadilha".
Caso o Supremo não desconsidere a gravação, os advogados pedem então que o tribunal rejeite a denúncia feita pela Procuradoria-Geral da República contra o senador.
Delcídio foi preso em novembro pela Operação Lava Jato. A gravação, que serviu de base para o pedido de prisão, mostra a tentativa do senador de oferecer fuga para o ex-diretor em troca de Cerveró não fazer fechar o acordo de delação.
A Procuradoria-Geral da República também afirmou, no pedido da prisão de Delcídio, que o parlamentar chegou a oferecer R$ 50 mil mensais para Cerveró em troca de o ex-diretor não citá-lo na delação premiada.
Na defesa entregue ao STF, os advogados de Delcídio afirmam que o senador "jamais pretendeu perturbar" as investigações e que Bernardo Cerveró marcou uma reunião para levar o parlamentar a uma "armadilha".
A defesa alega ainda que Bernardo Cerveró agiu como um "agente infiltrado" ao gravar a conversa com Delcídio, o que deveria ter sido autorizado judicialmente, segundo os advogados.