RIO - Nove salas, 18 banheiros — dois deles com mais de 40 metros quadrados —, uma biblioteca de dois andares e um heliponto são apenas algumas das características que fazem uma casa localizada Jardim Pernambuco, condomínio de residências de alto padrão do Leblon, na Zona Sul do Rio, ser considerada a mais cara do Brasil. A informação é da Bossa Nova Sotheby's International Realty, imobiliária especializada em imóveis de luxo, que avaliou e colocou o empreendimento à venda há cerca de 15 dias por nada menos que R$ 220 milhões. Em junho, o imóvel virou asusnto nos jornais após a prefeitura informar que os proprietários foram multados pelo descarte irregular de lixo que causou o desabamento do teto do Túnel Acústico Rafael Mascarenhas sobre um ônibus. Corretores negam a informação.
Erguida há 43 anos, a casa em estilo inglês tem 2.500 metros quadrados de área construída nos 11.000 metros quadrados de terreno. A identidade do proprietário da casa é mantida em sigilo pela imobiliária, mas se comenta no condomínio, que o imóvel pertence aos herdeiros do supermercado Disco, que chegou a ter 60 mercados distribuídos por cidades brasileiras e criou também os primeiros hipermercados do Rio. Vizinhos acreditam que ninguém da família mora no empreendimento há pelo menos seis anos.
— Isso reflete o aquecimento do mercado imobiliário no Rio. Agora, estamos em um momento em que os imóveis de alto padrão estão começando a ter mais vendas, já que é o último segmento a registrar melhora. Nos últimos anos, as pessoas estavam esperando e agora parecem não adiar mais a compra de um novo imóvel. O Rio está começando a virar a crise do ponto de vista econômico e da segurança — avalia Ximenes, lembrado que a empresa no Rio vai fechar o ano de 2019 com alta de 110% nas vendas em relação ao ano passado.
Multa por despejo de lixo
Já o diretor da Sérgio Castro Imóveis, Cláudio Castro, acredita que o valor de mercado do imóvel esteja entre R$ 60 e R$ 70 milhões.
— A casa fica na parte mais afastada do Jardim Pernambuco. O valor do do imóvel é mais alto perto da entrada. Quanto mais para cima mais diminui o valor, embora não deixe de ser uma área nobre. Existe uma média de preço de R$ 14 milhões ou R$ 15 milhões nas casas bem menores da entrada. As maiores são vendidas por R$ 25 milhões, R$ 30 milhões. E não é um terreno em que pode construir cinco prédios porque é uma área residencial. É uma avaliação excessiva.
Jornal O Globo